Sempre fui fascinada pelas coisas do coração. Constantemente interfiro nas relações de amigos, dando sugestões, opinando ou até mesmo aconselhando, se é que posso e quando solicitada, é claro. Deparo-me às vezes com confissões do tipo: “não o amo tanto assim” ou “não a amo o suficiente para...” como se fosse possível amar mais ou menos alguém. Mais intrigante ainda são as relações de ciúmes, principalmente os doentios, muitas vezes só explicados pela ciência. Demonstrações perversas de ciúmes humilham e aterrorizam os amantes transformando-os em vítimas de si mesmos. Provavelmente por conta de mentes pouco sadias. Sabemos que de todas as interrogações provocadas pelas relações amorosas, a questão da fidelidade é a que mais perturba os casais. Sou da opinião que fidelidade é condição inegociável em qualquer relacionamento, porque depois de estilhaçada a confiança, juntar os cacos outra vez é árduo e sofrido. Além do que, sentir ciúmes não vai tornar ninguém fiel a nós. O que eu me questiono muitas vezes é por que alguém se submete a certas cenas de ciúmes desmedidas e compactua com atitudes tão humilhantes? Isso é amar demais? Sujeitar-se a situações de total desequilíbrio emocional não se configuraria também como um desequilíbrio? Nesse caso, não seria melhor amar menos? O sentimento que gera o ciúme exagerado não deve ser amor. O amor compreende admiração, confiança, respeito. Certamente Martha Medeiros se referia a esse tema quando disse que “O nosso desejo mais secreto quase sempre é secreto até para nós mesmos”.
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