Dule, dudu, dulinho, leon...não sei bem qual o seu nome verdadeiro, ele atende por qualquer um deles, seja abanando seu rabinho, seja pulando nas pernas da gente. Nunca fui muito apaixonada por animais, apesar de sempre ter tido cães em casa. Mantinha um certo distanciamento deles. Para mim, gente é gente, cachorro é cachorro. Trato-os com o respeito devido, mas lugar de cão é lá fora. Até o dia em que surgiu Leon na nossa família. Doado por uma menina que já possuía outros seis e, apesar disso despediu-se dele com o coração apertado, Leon é minha paixão avassaladora. Sem pedigree e com uma doçura inexplicável, esse vira-lata transformou minha casa. Seu latido mete medo em qualquer pessoa que passe pela calçada.
Numa manhã dessas, Leon reclamou com veemência a atitude de um vendedor de frutas que se atreveu a entrar no jardim com uma melancia no ombro. Seu latido intenso fez com que o rapaz voltasse e fechasse o portão com uma agilidade de causar inveja. Começo a entender o ditado que diz que o cão é o melhor amigo do homem. Sinto isso quando chego em casa depois de um dia de trabalho e o cachorro senta-se no tapete e fica me observando cabisbaixo. Basta uma palavra de carinho para que ele pule no meu colo ou puxe meu vestido com seus dentinhos afiados. Outras vezes lambe meu pé após ter recebido um afago na cabeça. Todo dia, ao ouvir o barulho do carro, Leon corre até a porta e fica aguardando minha chegada, abanando seu rabinho sem importar-se se meu humor está dos melhores. Pacientemente ele espera para pular no meu colo e me acarinhar com seu olhar terno, como que querendo dizer...isso passa.
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