sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DIA DOS PAIS

        Hoje sonhei contigo. Talvez pela proximidade do dia dos pais ou por outra razão qualquer sonhei contigo. Quem saberia explicar as razões dos nossos sonhos? Freud afirma que o sonho é a realização de desejos, disfarçados ou não.  A verdade é que um clima de saudade me envolveu por inteira. Como sempre, estavas sereno, sorridente e me falavas alguma coisa que não conseguia entender, mas era algo bom como tudo em ti era.
       Acordei envolvida num sentimento de saudade e melancolia. Isso fez lembrar-me de episódios da minha infância em que tu eras o personagem  principal, embora te colocasses sempre em segundo plano. Com a tua avassaladora humildade, deixavas em evidência as virtudes nossas. Teus filhos sempre foram os melhores, mais inteligentes, melhor capacitados enquanto tu te anulavas conformado. Tua mulher era teu esteio, tua segurança, teu norte. E os teus netos? Eles despertavam em ti a ingenuidade do menino travesso, o brilho nos teus olhos já cansados.
      Admiro a forma como enfrentavas as adversidades, resignadamente e sempre com a esperança de dias melhores. Aprendi contigo a ser honesta e verdadeira, a respeitar os semelhantes e acima de tudo ser responsável por meus atos. Quem dera ainda estivesses aqui para me dar teus valiosos conselhos e para eu poder desfrutar da tua sabedoria. Enquanto isso vou- me aproximando de ti através dos sonhos, matando a saudade e relembrando de tempos bons. Sinta-se homenageado, pai, pelo teu dia.    Freud explica os sonhos, mas não explica a saudade. Saudade de ti, pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário